Respeito e Honestidade
na Educação Moral e Cívica
O respeito é de muito conhecido
através da educação familiar, de relacionamentos humanos, da religião ou mesmo
na escola e no trabalho. Mas também a filosofia se ocupou do respeito, e isso
já de algum tempo. Com a iminente volta da disciplina Educação Moral e Cívica
nas escolas, uma das matérias seria sobre o respeito e a honestidade, que
ninguém negaria que são essenciais no convívio social. O respeito transparece
na Bíblia ademais, quando se coloca o mandamento de honrar pai e mãe, não
cobiçar coisas alheias etc. Já da honestidade se tem regras como de não mentir,
não roubar entre outras.
Antes de se
entrar na filosofia em si, devemos meditar nos conceitos mesmo do que é
honestidade e respeito. Honestidade é qualidade relacionada à honradez,
equidade, probidade, lealdade, justo, sincero, virtuoso, decente, casto,
franco, digno, íntegro etc. Já o respeito se refere à consideração, reverência,
a algo positivo em relação à nação, religião, com relação à pessoa mais velha,
ao professor, aos pais, família. O respeito se relaciona a dignidade do outro,
uma vez que o percebe como pessoa e sua alteridade. A honestidade também tem
sentido para consigo mesmo, para se conservar sua virtude e moral, numa atitude
ética, mas também para com os outros, a se manter o equilíbrio social. Já para
a filosofia o tema do respeito aparece pela primeira vez no pensador Demócrito,
relacionado à ética, dizendo ele que não se devia ter mais respeito pelos outros
do que a si mesmo, e que não se deve fazer o que não se deve ser feito. Já Platão se refere à mitologia de modo que
Zeus teria deixado a Hermes o respeito para que esse levasse aos homens e fim
de mantivessem a cidade com benevolência entre os cidadãos. Outrossim,
Aristóteles teria colocado o respeito apenas entre os sentimentos, e não
virtudes, o opondo ao temor. No mesmo sentido Immanuel Kant, o considerando o
único sentimento moral e não patológico.
Mas em Kant descobrimos que o respeito se relaciona a alguma pessoa, e
não coisa. Assim temos a noção de dignidade humana, princípio norteador dos
direitos presentes em nossa querida Constituição Federal brasileira. Vemos
claramente a honra no filósofo imperador Marco Aurélio, quando começa suas
meditações dedicando honra a seu avô Vero, a seu bisavô, a sua mãe e outros
mestres que ele mostra respeito. Disse “cumpre ser direito; não desentortado”.
Do mesmo modo filósofos romanos, como Cícero ou Sêneca nos reservaram lições
sobre honra e respeito. Não se pode
esquecer as lições de Tomás de Aquino e Agostinho em filosofia cristã, nem da
filosofia judaica, presente em Maimônides, Rashi, Talmude, ou da árabe, em
Averróis e Avicena.
Fato é que se a
Educação Moral e Cívica que parece estar prestes a entrar na educação básica,
resta que a mesma traga consigo a sabedoria de mestres e professores que
reconheçam as potencialidades de seus alunos, os lapidando para uma melhor vida
em sociedade e para consigo mesmos, de forma a encontrarem o sucesso e a
felicidade. Tanto o respeito quanto à honra se relacionam as virtudes, a aquilo
que se mostra positivo no humano, para com outro ser humano.
Mariano Soltys,
filósofo, professor e advogado